A proteína texturizada de soja — também conhecida como PTS ou carne de soja — é um alimento do futuro! Isso porque tem origem 100% vegetal e é uma excelente substituta da carne, tanto de forma nutricional, quanto em relação ao sabor. Entretanto, surgem várias dúvidas: o que é PTS? Todo mundo pode comer ou há contraindicações? Como preparar?
Finalmente, para obter todas essas respostas, venha com o Guia da Cozinha nessa jornada para desmistificar e entender de uma vez o que a proteína de soja texturizada! Vamos lá?
Afinal, o que é a proteína de soja texturizada?
A “carne de soja” é, basicamente, a polpa do grão de soja após ser desengordurado e moído, a fim de adquirir a clássica consistência de floco. Nesse processo, além da mudança de aparência, a soja sofre até alterações em suas características nutricionais, você sabia? Ou seja, a porção garante um maior teor de proteínas, ao passo que possibilita apresentações diferentes.
Entretanto, também há detalhes que exigem atenção quando o assunto é o consumo de proteína de soja texturizada. Por exemplo, é preciso ficar atento à leitura do rótulo, pois, a depender da marca, o produto pode conter muitos corantes para que fique mais próximo da coloração da carne. Assim, ao escolher, prefira marcas que não usam corantes ou que contêm apenas corantes naturais.
Além disso, a atenção ao rótulo também deve se estender ao fato da soja ser transgênica, porque, nesses casos, a leguminosa tem seus efeitos “potencializados” com o consumo regular. Ou seja, com a alteração genética, a planta fica com um maior teor de proteína, o que gera um potencial pró-inflamatório maior do que a soja orgânica.
Portanto, se a soja é transgênica o consumo da PTS deve ser o menor possível. Por outro lado, ao optar pela opções orgânicas, é possível inseri-la mais vezes na rotina.
Quem pode comer PTS?
A resposta é simples: qualquer pessoa pode comer proteína texturizada de soja! Basta diferenciar a quantidade e frequência, para que seja coerente a cada tipo de dieta. Aliás, o consumo regular da soja pode até ser benéfico para alguns grupos de pessoas.
Para vegetarianos e veganos, por exemplo, o consumo de PTS é interessante por conta do alto teor de proteína. Já no caso de mulheres na menopausa, esse alimento também é muito bem-vindo! Como a menopausa representa uma fase na vida da mulher onde o estrogênio está em baixa, a soja surge como uma ótima forma de amenizar os sintomas desagradáveis dessa fase, porque possui isoflavonas, que atuam e forma similar ao estrogênio.
Qual a frequência de consumo indicada de “carne de soja”?
De acordo com a nutricionista Gisele Haiek, o consumo entre 1 a 2 vezes por semana é recomendado, desde que a proteína texturizada de soja esteja inserida em refeições equilibradas. Assim, o consumo da soja, no geral, não deve ser diário, para que haja a oportunidade de inserir outros alimentos no cardápio e a fim de evitar o efeito exagerado das isoflavonas.
Com um consumo exagerado de soja e derivados, há um hiperestímulo das funções do estrogênio no corpo. E como consequência, em crianças podem ocorrer prejuízos no desenvolvimento, como a antecipação da primeira menstruação; e, no caso dos adultos, pode haver um desequilíbrio nos perfis hormonais correspondente a cada gênero. Ou seja, é importante priorizar uma alimentação balanceada.
Para mulheres na menopausa, a nutricionista indica um consumo que varie entre 3 a 4 vezes na semana. Porém, é importante atentar-se sempre aos exames e recomendações médicas, além de observar as reações do corpo com o consumo regular.
A melhor forma de preparar a proteína texturizada de soja
Assim como no preparo tradicional da soja, a PTS deve sempre ser deixada de molho como forma de remoção de parte dos fatores antinutricionais da leguminosa e também para hidratá-la. Nesse processo, é importante seguir as recomendações da embalagem, visto que cada marca pode seguir formas de preparo diferentes.
Por fim, basta colocar a mão na massa e a criatividade em ação. A proteína de soja pode ser incluída nos mais diversos tipos de receita como substituta da carne. Por exemplo, na lasanha com molho à bolonhesa, em saladas, no escondidinho, no hambúrguer e até mesmo com legumes cozidos.
Colaboração: Gisele Haiek, nutricionista, especialista em Controle Higiênico Sanitário dos
Alimentos e em Sistemas de Gestão Integrados.