O azeite de oliva, item que antes era considerado “básico” dentro da cozinha brasileira, chamou a atenção do consumidor com o aumento dos preços. Em 2023, o azeite ficou 37,76% mais caro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
O preço do produto disparou no Brasil devido, principalmente, ao impacto das mudanças climáticas no planeta. Isso porque a Europa, que concentra os principais produtores de azeite, passou por uma forte seca que reduziu a safra de azeitona e pressionou a oferta no mercado internacional.
Com o preço do produto nas prateleiras do supermercado alcançando o maior patamar dos últimos sete anos, consumidores precisaram alterar os hábitos alimentares para conciliar a nova realidade com o orçamento disponível.
Como substituir o azeite?
De acordo com Maristella Sodre, especialista da eduK e chef de cozinha especializada em gastronomia sustentável, substituir o azeite por novos preparos que sejam tão saudáveis quanto, além de uma prática acessível, exige criatividade e adaptação de paladar.
“Por incrível que pareça, segundo especialistas, a própria água substitui o preparo de muitas receitas, cortando assim a gordura dos alimentos”, conta. “ É claro que o sabor não é o mesmo, mas pode ser recomendado para muitas pessoas que possuem uma dieta rigorosa”.
E, da mesma maneira em que o azeite provém das azeitonas, óleos produzidos a partir de outros alimentos também são opções para aderir na cozinha.
Experimentar novos sabores e preparações, harmonizando os ingredientes “substitutos” com as receitas do cotidiano, é o primeiro passo para manter a mesma alimentação de qualidade. “Não tem segredo nenhum, é questão de abrir a mente e o paladar, que muitas vezes fica preso naquela memória afetiva engessada”, afirma Maristella.
Pensando em ampliar o cardápio e tornar a cozinha diária brasileira mais diversa, acessível e menos custosa, a chef Maristella apresentou ao Guia da Cozinha quatro recomendações saborosas de óleos vegetais para substituir o azeite em preparações. Escolher a opção ideal para cada consumidor é fácil, basta levar em conta o valor nutricional, o custo-benefício e o tipo de receita planejada. Confira abaixo:
Quatro opções de óleos vegetais para substituir o azeite de oliva
1. Óleo de gergelim
Amplamente usado da culinária asiática, este óleo possui um sabor marcante. O produto funciona bem temperando saladas e arroz, refogando legumes e até misturado em um molho para marinada.
Óleo de gergelim – Foto: Shutterstock
Ele é fonte de ácidos graxos, como o ômega 6, e possui uma série de substâncias antioxidantes, incluindo a vitamina E. Entre os benefícios para a saúde, o óleo de gergelim tem ação anti-inflamatória, antioxidante e age para diminuir a pressão arterial.
2. Óleo de coco
Famoso em preparações veganas, o óleo de coco é um alimento funcional rico em ácidos graxos, com ação antiviral e antibacteriana. Fonte de compostos antioxidantes e de ácidos monoinsaturados, este óleo também auxilia na regulação da glicose no sangue.
Óleo de coco – Foto: Shutterstock
É possível utilizar o produto para refogar alimentos, temperar saladas e substituir a margarina no preparo de doces.
3. Óleo de dendê
O azeite de dendê possui cor, sabor e aroma característicos. Este óleo é bastante utilizado em pratos da culinária afro-brasileira, sendo conhecido por estar presente em vatapás, moquecas e acarajés. Delicioso quando usado para refogar ou fritar alimentos, o azeite de dendê pode ser aquecido até 200 °C sem correr o risco de perder as propriedades nutricionais.
Óleo de dendê – Foto: Shutterstock
O óleo contém ômega 6 e 9, além de ser fonte das vitaminas A e E. Entre os benefícios para a saúde, o seu consumo contribui para o fortalecimento do sistema imunológico e auxilia na prevenção do envelhecimento precoce.
4. Óleo de amendoim
Óleo de amendoim – Foto: Shutterstock
Tradicional nas culinárias chinesa e indiana, é possível usar o óleo de amendoim para temperar saladas e também fritar alimentos. Rico em vitamina E e ômega 6, o uso deste ingrediente contribui para a redução dos níveis de colesterol ruim, o LDL.
