Se você vai pedir comida por delivery, fique atento às recomendações do Dr. Bactéria

O novo coronavírus trouxe algumas modificações na nossa rotina. Diversas empresas optaram pelo home office, as faculdades públicas e privadas suspenderam suas aulas presenciais, shoppings e outros estabelecimentos também estão encerrando as atividades nos próximos dias. O isolamento – proposto como principal medida preventiva – está fazendo com que muitas pessoas também deixem de ir às ruas para comer ou que evitem fazer compras nos supermercados lotados.

Uma alternativa rápida e prática para essa medida são os aplicativos de comida. Logo você pode imaginar, os pedidos de comida por delivery começaram a aumentar nos últimos dias. Aliás, alguns restaurantes encerraram as atividades para o público e estão recebendo pedidos apenas por aplicativos de delivery.

No entanto, essa prática – que pouco antes da pandemia era feita sem nenhum tipo de preocupação – trouxe algumas dúvidas para quem utiliza o serviço e está em quarentena no conforto do lar. Será que pedir comida por delivery é uma atitude que traz pouco risco a nossa saúde? 

A fim de esclarecer melhor sobre esse assunto, conversamos com o biomédico Roberto Figueiredo, o Dr. Bactéria, que nos explicou quais são os cuidados que devemos ter quando o assunto é comida por delivery em tempos de pandemia.

O biomédico afirma que é preferível no momento evitar os restaurantes e lanchonetes para não se ter contato direto com outras pessoas (garçons, manobristas, gerentes, caixas, etc). É interessante fazer o uso do delivery, mas claro, com algumas restrições de contato direto. “Nunca esquecer que após retirar a comida e pagar, passar o álcool em gel nas mãos ou lavar as mãos e aí depois fazer todo o processo de desinfecção da embalagem.”

As embalagens podem ser contaminadas?

Foto: Shutterstock

A maioria das embalagens de comida por delivery é feita de plástico ou papelão. De acordo com o Dr. Bactéria, já se sabe que materiais como o papelão podem abrigar o vírus em superfície por até 24 horas. “Vamos supor que alguém que esteja infectado espirre ou tussa sobre a embalagem, o vírus ficará viável ali por 24 horas. Mas, para se ter contagio é preciso que a pessoa pegue na embalagem contaminada em no máximo 2 horas e depois toque no rosto, na boca, nariz, olhos. Aí podemos falar em um risco de contágio”, afirma.

Devemos higienizar as embalagens?

Segundo o Dr. Ricardo, sim! Esse é um processo fundamental quanto aos cuidados com a nossa saúde. “Elas – as embalagens – vem com algum tipo de papelão ou material de proteção térmica e podem conter o vírus viável na superfície. Mas as embalagens como a sacola você pode descartar normalmente”, explica o biomédico.

“A higienização a base de cloro é espetacular. Para as embalagens que você irá manusear por mais tempo, basta fazer a solução de 2 colheres (sopa) de água sanitária por litro de água. Pegue um pano limpo e passe nas embalagens por fora. Em questão de 1 minuto você eliminaria a possibilidade de se ter esse vírus”, indica o Dr. Bactéria.

Se você estiver pensando em dispor a comida no prato ao invés de consumir na própria embalagem para evitar comunicação, o biomédico afirma: “Se tratando de risco, você já está manipulando a embalagem. Então tanto faz você deixar nesse embalagem ou colocar em um prato. O importante é depois de você higienizar essas embalagens com água sanitária, passar álcool em gel nas mãos. Se for colocar no prato, segue a mesma recomendação após o manuseio”.

E quanto aos alimentos, há risco?

Os alimentos como carne, de origem animal e hortaliças podem ser suscetíveis ao vírus, de acordo com a sua manipulação. É por isso que elas devem ser tratadas corretamente, tanto no preparo de comidas por delivery, quanto em casa. No entanto, o Dr. Bactéria reforça que “os pratos quentes, mantidos em uma temperatura acima de 60°C, não tem perigo nenhum. O próprio aquecimento no qual ele é feito não possibilita uma reprodução do vírus seja em qualquer temperatura”.

Quais cuidados gerais devemos ter com a comida?

O Dr. Ricardo enfatiza alguns cuidados que devemos ter com o manuseio de comidas. Caso tenha sobrado comida e você queira guardar para mais tarde, o biomédico indica que não se pode deixar as sobras em temperatura ambiente por mais de 2 horas. “Deve-se levar as sobras descobertas à geladeira e somente após duas horas de refrigeração você pode cobri-las, isso para evitar qualquer tipo de contaminação alimentar, não só coronavírus”.

comida por delivery
Foto: Shutterstock

Com o alimento mantido em refrigeração inferior a 4°C, sua duração é de 3 a 5 dias. Caso o alimento esteja refrigerado e você quiser aquecê-lo, a recomendação do Dr. Bactéria é que ele seja aquecido numa temperatura de pelo menos 77°C. “O ideal é não manter o alimento numa temperatura de risco, ou seja, de 5°C a 60°C em um período superior a 2 horas”, afirma.

Vemos que a comida por delivery não é uma opção arriscada. Ao tomar todos esses cuidados você garante a sua saúde e evita quaisquer tipos de contaminação. A recomendação agora, segundo o biomédico, é de evitar o contato direto de pessoa para pessoa.

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