Você pode saber o que é, conhecer alguém que tem, mas existem situações que provavelmente só quem tem intolerância à lactose vai entender. Desde a descoberta do quadro até as formas de lidar, são experiências que mudam de pessoa para pessoa, mas que só quem já passou por algo parecido entende. E é disso que vamos falar aqui! 

Entrevistamos algumas pessoas com intolerância à lactose e pedimos que elas contassem casos que aconteceram com elas ao longo da vida a partir do diagnóstico – seja delas mesmas ou de filhos – para compartilhar e mostrar que os intolerantes não estão sozinhos nessa!

Intolerância à lactose

1. Primeiro contato

Os indícios da intolerância à lactose podem variar de pessoa para pessoa, porém as flatulências e a diarréia são os sintomas mais comuns  e aparecem em pouco tempo após o consumo de alimentos com leite. Wilson Fernandes, por exemplo, lida com essa questão há quatro anos. Na primeira vez que sentiu os sintomas, ele precisou ficar um bom tempo no banheiro enquanto refletia sobre cada alimento que havia consumido. 

Intolerância à lactose

2. Cadê a lactase?

Após descobrir que é intolerante à lactose, Wilson passou a comprar com frequência a enzima lactase para poder continuar consumindo alimentos lácteos, como, por exemplo, as pizzas repletas de queijo. Porém, o custo da enzima e o tempo de eficiência que ela tem no organismo o fez mudar de ideia. “Quando acabou eu não comprei mais. Mas preciso comprar. O ruim da lactase é que o efeito só dura 30 minutos, então se passar esse tempo, você vai precisar tomar outra”. 

3. Saudade dos tempos antigos

Geralmente a intolerância à lactose começa na idade adulta, então pessoas que amam doces e alimentos lácteos sempre têm mais dificuldade para deixar de consumi-los. Quando os casos são mais severos, os sintomas da intolerância ocorrem mesmo com a utilização da lactase. O ideal, então, para a tristeza de muitos, é deixar de consumir em excesso alimentos que geralmente são deliciosos, como bolos de chocolate e sorvetes, por exemplo.       

Intolerância à lactose

4. Não é frescura!

Além da dificuldade para explicar quais são as diferenças entre alergia ao leite e intolerância à lactose, é comum que muitos não entendam a seriedade do assunto e julguem as restrições alimentares das pessoas com intolerância à lactose como frescura. Em alguns casos, essas pessoas podem até se isolar do convívio social e desenvolver um quadro de depressão devido à restrição e, principalmente, à falta de compreensão das outras pessoas.  

5. O básico é certeiro

Em restaurantes, mesmo aqueles com diversas variedades de pratos, é comum os intolerantes à lactose irem para as opções mais básicas e tradicionais, como o arroz com feijão, a salada e a carne sem molho – principalmente quando o estabelecimento não informa com exatidão quais ingredientes são utilizados nos pratos. 

Prato típico brasileiro

6. A lista do que não pode

Luciana Paques tem um filho de seis anos intolerante à lactose. Ela costuma frequentar restaurantes japoneses com o filho, porém sempre fica atenta a tudo que o filho come. Quando há ingredientes que ele não pode consumir, ela explica a situação do filho para os funcionários e pede para que o prato seja retirado. Mas, mesmo com todas as restrições alimentares do filho, ela não deixa de sair com ele para lugares em que há pratos mais elaborados e diferentes do comum. 

7. Mapa sem lactose

Para evitar situações desagradáveis na hora de comer, como o caso de não encontrar opções sem lactose, é comum pesquisar com antecedência o que cada estabelecimento oferece e como os pratos são preparados. Em alguns casos, é fácil passar horas procurando por um lugar que atenda às suas restrições alimentares, o que acontece muito com a Luciana; “Sempre procuro verificar onde vou com meu filho pra não precisar dar a enzima para ele antes de ir”.

Do's e Dont's

Outra dica importante na hora de comer fora é não ter vergonha de perguntar os ingredientes utilizados em cada alimento disponível. Quando a intolerância é grave, qualquer contato com alimentos lácteos pode desencadear os sintomas. Por isso, é muito mais simples gastar alguns minutos perguntando cada opção de prato em vez de arriscar o próprio organismo por causa da vergonha. Na dúvida, o jeito é deixar os amigos pedirem primeiro para depois ter a atenção do garçom exclusivamente para você!