A culinária brasileira tem origem indígena. Antes dos portugueses chegarem, os povos que aqui viviam comiam o que cultivavam. Palmito, aipim, batata, abóbora, milho, amendoim, além da mandioca, que era base da alimentação e com a qual produziam farinha, são alguns exemplos desses alimentos. O condimento principal era a pimenta. Já a carne e o peixe eram assados.
Com a colonização, portugueses se estabeleceram no país e adaptaram seus pratos aos ingredientes disponíveis aqui. Mas também acrescentaram ingredientes trazidos de regiões fora da Europa, que já eram consumidos na colônia. É o caso do coco (vindo da Índia) e as especiarias orientais, como a canela em pó. Os colonizadores também introduziram o sal e o açúcar no cardápio.
Outra presença marcante na mesa brasileira são as receitas de origem africana. Os negros trouxeram mais gosto aos pratos do país, com dendê e pimenta malagueta. Mas foi somente depois da libertação que conseguiram contribuir mais para a culinária brasileira, acrescentando no cardápio receitas ou releituras que trouxeram de suas terras: acarajé e vatapá, por exemplo.
Entre século XIX e as três primeiras décadas do século XX (1850 e 1930), houve a maior entrada de imigrantes no Brasil. Em sua maioria, italianos, alemães, espanhóis, sírio-libaneses, ucranianos e japoneses, que vinham trabalhar nas fazendas de café e nas primeiras indústrias do país. Eles também contribuíram para formar a culinária brasileira, especialmente nas regiões em que se fixaram.
A partir da década de 1930 até os dias de hoje, se iniciou uma nova onda migratória de povos vindos de vários cantos do mundo. A globalização e a internet possibilitam aos brasileiros se aproximar de gastronomias de ainda mais povos, o que faz com que os pratos típicos sejam reinventados o tempo todo.
Agora que sabemos mais sobre a história da culinária brasileira, vamos dar uma volta por algumas das regiões do país para conhecer um pouco mais as características da gastronomia e conferir receitas dos pratos típicos de cada uma delas.Composta por Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, a região sudeste é a que mais movimenta a economia. Por isso, está o tempo todo recebendo pessoas de outras partes do país e do mundo, seja a trabalho, seja a lazer. Nesta região há o encontro de gastronomias diversas, como a italiana, japonesa, chinesa, coreana, vietnamita, alemã, húngara, francesa, polonesa, russa e ucraniana.
Aprenda a fazer 5 receitas da região Sudeste:
Os pratos mineiros levam mandioca, milho e batata, que são herança indígena. Além de outro elemento típico local: queijo minas.
Veja o vídeo do passo a passo da Batata Mineira
Herança de Portugal, o brasileiro recriou a rabanada. Na versão da nossa Foodlist, ela é feita com batata crinkle na airfrier e adoçado com açúcar e canela.
Veja o vídeo do passo a passo da Rabanada de Batata
A receita tradicional do bauru leva pão sem miolo, rosbife, queijo derretido e tomate e surgiu a partir do pedido de um cliente em um bar de São Paulo, em 1936. Por aqui, temos nossa própria releitura.
Veja o vídeo do passo a passo do Bauru
O bom e velho picadinho é um dos pratos mais tradicionais da gastronomia brasileira, tanto que tem até dia nacional: 26 de outubro. É composto por carne bovina frita ou cozida cortada em tiras, batatas e outros legumes cozidos. Confira nesta receita como um prato clássico pode ganhar novas releituras sem perder suas raízes.
Veja o vídeo do passo a passo do Picadinho
É o prato mais tradicional da gastronomia espírito santense. Sua origem é considerada indígena e a receita tradicional leva vegetais e peixes (os mais utilizados são robalo e badejo). Mais tarde, espanhóis e portugueses adicionaram alho, coentro e cebola.
Veja o vídeo do passo a passo da Moqueca à capixaba
Segunda maior região do Brasil, o centro-oeste era habitado primeiramente pelos indígenas. Depois recebeu os bandeirantes, que exploravam o interior para povoá-lo. Essa história construiu a gastronomia do local, baseada em elementos interioranos e indígenas. Peixes, animais de caça, pequi (fruta típica do cerrado), galinha caipira e temperos são os ingredientes principais usados para preparar os pratos mais consumidos na região.
Aprenda a fazer uma das mais famosas receitas da região:
Ir ao estado e não experimentar esse prato é como visitar uma cidade e não conhecer seu ponto turístico mais famoso. Costuma ser preparado com arroz, frango e pode levar pimentão ou pequi.
Veja o vídeo do passo a passo da Galinhada
A principal característica da culinária nordestina é seu sabor forte e marcante, mérito dos temperos e da pimenta. Os pratos levam produtos da terra e carnes, especialmente a bovina, que aparece nos mais variados modos de preparo. É comum utilizar cortes da traseira do boi depois de submetidos à secagem, processo de desidratação para conservá-la por mais tempo.
Aprenda a fazer 3 receitas da região Nordeste:
A carne de sol é obtida por meio do processo de secagem da carne bovina, prática comum no sertão nordestino. A iguaria é um dos ingrediente desta receita, que também leva outro ingrediente bem típico do Ceará: o queijo coalho.
Veja o vídeo do passo a passo da Batata na manteiga de garrafa com carne seca e queijo coalho
O estado é líder na produção de camarão. Por isso, seus pratos típicos levam o crustáceo como ingrediente principal. É o caso desta receita de escondidinho.
Veja o vídeo do passo a passo do Escondidinho de camarão
Em Pernambuco, é comum servir a carne seca, também conhecida por lá como charque desfiada, como petisco acompanhada por farinha de mandioca acebolada. Separamos a receita de Anel de Cebola e Carne Seca inspirada nessa iguaria da região.
Veja o vídeo do passo a passo do Anel de cebola e carne seca
Pelo clima frio da região, os pratos quentes são recorrentes no cardápio gaúcho. Italianos, alemães e espanhóis foram os principais povos imigrantes que formaram comunidades na região e ajudaram a construir a culinária sulina. Mas a contribuição mais famosa, que é o churrasco, veio da aproximação com países vizinhos (Argentina, Paraguai e Uruguai).
Aprenda a fazer o prato famoso do Rio Grande do Sul:
Pratos em que a carne vermelha é o ingrediente principal não faltam no cardápio gaúcho. Tradicionalmente, a carne é assada em fogo de chão ou espetada e pousada na brasa. Mas também pode ser preparada de outras formas e com acompanhamentos.
Veja o vídeo do passo a passo da Batata com carne assada
O brigadeiro foi criado para a campanha do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República. Isso explica o nome do doce brasileiro inventado por um grupo de mulheres em São Paulo para servir nas festas de candidatura, em 1946.
O famoso pastel de feira não é originário do Japão. Na verdade, é um prato chinês. Os japoneses adotaram e popularizaram o hábito chinês de vender pastéis quando vieram para o Brasil, porque queriam se desassociar de seu país de origem, apoiador do Eixo na Segunda Guerra Mundial.
Moqueca é a forma de preparo. Uma técnica culinária que consiste em cozinhar os alimentos sem água. Somente se usa vegetais e os frutos do mar. Assim que é feita a moqueca capixaba.
Moqueca seria originária da peixada portuguesa. Agora, uma curiosidade polêmica sobre esse prato: nem baiana, nem capixaba. Apesar das duas naturalidades disputarem a autoria da receita, alguns pesquisadores cogitam que a iguaria como conhecemos hoje seja a mistura das peixadas portuguesas com elementos indígenas locais.
A jabuticaba não é coisa que só acontece no Brasil. Apesar do ditado popular, a fruta que é uma das poucas a nascer diretamente no tronco da árvore, também pode ser encontrada em outros países, como México.
A feijoada não foi inventada no Brasil. O prato não foi criado pelos escravos ao aproveitar restos de carne que recebiam dos senhores, se trata de uma recriação do cozido, um ensopado português. Quando trazido pelos colonizadores, houve a incorporação do feijão preto, linguiça e acompanhamentos como a farofa.
Virado à paulista era tipo a marmita virando na bolsa mesmo. Os bandeirantes faziam expedições para desbravar o interior do país e procurar metais preciosos. Levavam em uma espécie de sacola arroz, feijão, carne, farinha de mandioca, entre outros ingredientes, para se alimentarem. Só que a bolsa acabava virando no caminho, por isso, deram esse nome para o prato.
Coxinha é receita adaptada de um quitute da França. Um dos salgados mais comuns no país, a coxinha não é invenção nacional. Foi adaptada da coxa-creme, prato Francês. E quem trouxe para cá foram os portugueses.