No dia 04 de maio de 1985, o Frei Laurentino Pessuto, mais conhecido como Frei Chico, fundou o Centro Social São José, que foi inaugurado um pouco mais tarde, em 04 de março de 1987, na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo. O sonho de Frei Chico era tirar as crianças da periferia que ficavam na rua e colocá-las em uma creche, buscando desenvolver um trabalho educativo com elas e as famílias. De acordo com Aldevina Gabriel, auxiliar de direção, no começo o local era somente um barracão, mantido à base de doações de alimentos, que atendia 30 crianças. Atualmente, a entidade, juntamente com a Chocolataria Frei Chico, atende 290.

A Chocolataria Frei Chico

Na Páscoa de 1996, os voluntários do Centro Social fizeram ovos para dar às crianças da creche. Então, tiveram a ideia de vender os ovos e o resultado foi tão bom que o projeto foi crescendo a ponto de originar a Chocolataria Frei Chico, que hoje vende docinhos o ano inteiro. “Nós começamos em uma salinha. Ali, nós derretíamos em banho-maria as barras de chocolate que comprávamos no supermercado, fazíamos os ovos e embalávamos, tudo no mesmo local”, relembra Elisabete Cardim, voluntária do Centro Social.

Atualmente, a renda da produção da chocolataria é revertida para a manutenção do Centro Social São José e também para a Casa do Menor, um abrigo que atende mais de 80 crianças e adolescentes com famílias que não têm condições de criá-los.

interior da chocolataria frei chico cheio de ovos e produtos de páscoa.
Na Páscoa, a chocolataria Frei Chico fica lotada de ovos! Foto: acervo pessoal

Os produtos e as encomendas

Os quitutes da Chocolataria são feitos por Cristiane da Silva Domingues e Kelli Fernanda Oliveira Ferreira. No menu, as opções vão desde o brigadeiro tradicional até doces com lascas de amêndoas, camafeus, bem-casados e pães de mel, tudo sem conservantes e  aditivos. Segundo Cristiane, as delícias mais pedidas são os alfajores, os pães de mel, os beijinhos e brigadeiros para aniversários e bem-casados para casamentos. Os valores dos centos variam de R$68 a R$295.
As encomendas podem ser feitas por telefone, pelo site ou pelo Facebook e são retiradas na loja da Chocolataria, que fica ao lado do Centro Social. Outra forma de venda é o que Aldevina define como “a caixa”. Dentro de uma caixa de vidro transparente, as voluntárias colocam docinhos diversos e entregam em lojas da cidade para serem vendidos. “Conforme os produtos vão acabando, eu vou lá e reabasteço. É como se fosse uma venda consignada”, explica.

Outras formas de arrecadação

Para auxiliar nas despesas, os voluntários fazem muitas promoções e rifas, que são bem-aceitas pela população de Santa Cruz do Rio Pardo. Além disso, todo ano, no dia anterior ao Dia dos Pais, é feita a Festa do Chicolate na praça da cidade. No local, são vendidos os docinhos e outras delícias, como pastel, escondidinho, minipizza, etc.
Elisabete afirma que a instituição recebe muitas doações de roupas e alimentos, que são de extrema importância para as crianças. “Infelizmente, o que elas querem (as crianças) mesmo é comida. Quando a gente começou, sabíamos que tinha criança que fazia a última refeição na creche na sexta e só ia comer de novo na segunda-feira”, lamenta.

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