Água, lúpulo e fermentação de algum cereal maltado, essa é a base da receita da cerveja, uma das bebidas mais consumidas no mundo e no Brasil. Não é à toa que a cerveja tem uma data para chamar de sua, já que hoje, 6 de agosto, comemoramos o Dia Internacional da Cerveja – em homenagem à bebida, aos que fabricam e aos que a servem.
Enquanto a cerveja marca presença nas mesas de bares, restaurantes e nas confraternizações, o mercado cervejeiro está em ascensão. De acordo com o Anuário da Cerveja de 2020, houve um aumento de 14,4% de cervejarias registradas no Brasil, em relação ao ano anterior.
No total, há 1.383 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com ao menos uma cervejaria em cada estado da União. O sucesso é tanto que pelo menos 204 novas cervejarias abriram em 2020, apesar da pandemia de Covid-19 que obrigou o fechamento de diversas empresas.
De encontro a essa ascensão, o mercado cervejeiro chama atenção também pela sua falta de diversidade. Segundo o 1º Censo das Cervejarias Independentes Brasileiras (2019), do DataSebrae, cerca de 89% das cervejarias nacionais são comandadas por homens, contra 11% comandadas por mulheres.
Ainda que exista a presença diminuta das mulheres no mercado e a cerveja seja historicamente considerada uma bebida masculina, as mulheres têm um forte papel no desenvolvimento da cerveja – visto que estudos apontam que uma mulher foi a responsável pela criação da bebida – e também no seu consumo. É o que aponta a pesquisa da MindMiners, que afirma que 57% das mulheres brasileiras consomem bebidas alcoólicas, sendo que 72% consomem cerveja.
E engana-se quem pensa que as mulheres não entendem de cerveja. Hoje, existem inúmeras mestre-cervejeiras que fabricam, ensinam sobre, discutem e avaliam as melhores cervejas produzidas.
Para romper com esse mercado excludente, algumas mulheres criaram cervejarias e cervejas próprias. Este é o caso da Cervejaria Dádiva, criada em 2014 em Várzea Paulista, São Paulo, por Luiza Lugli Tolosa. Em poucos anos de mercado, a cervejaria já se tornou referência na área e neste ano foi nomeada a melhor cervejaria do Brasil pela Rate Beer, site que há 20 anos produz um ranking das melhores cervejarias do mundo.
A mulherada está cada vez mais presente no mercado cervejeiro! Por isso, o Guia da Cozinha separou mais algumas cervejarias e cervejas criadas por mulheres para você conhecer e apreciar. Veja abaixo:
Mulheres conquistam o mercado cervejeiro
Goose Island Sisterhood
Criada em 2017 por Beatriz Ruiz, gerente de conhecimento cervejeiro da Ambev, a Goose Island Sisterhood é um projeto que conta com a participação feminina em todos os processos da produção da cerveja. Cada uma das cervejas da confraria leva o nome de uma mulher importante da história do país. Entre elas estão as cervejas Carolina, Enedina, Nísia, Helô, Kitty, Giu, Sueli e Luz. Além de produzir cervejas, a Goose Island Sisterhood também oferece um curso que ensina mulheres a fazer cervejas caseiras.
Cervejaria Dádiva
A Cervejaria Dádiva, criada em 2014 por Luiza Lugli Tolosa, produz inúmeras cervejas especiais. De acordo com a Dádiva, eles criam com ingredientes novos cervejas inovadoras. A Dádiva foi considerada duas vezes a melhor cervejaria do Brasil e suas cervejas artesanais são referência de sabor.
Maria Bravura Cervejas Especiais
Criada em 2016 pela psicóloga Maria, o Maria Bravura Cervejas Especiais apresenta receitas diferentes e caseiras de cervejas artesanais. A missão da marca é fortalecer duas figuras com raízes essencialmente femininas: a cerveja e a mulher.
Cerveja Macuco
A Macuco é uma cervejaria independente criada por Mica e Nanda em 2016. Com produção em pequena escala, a Macuco preza pelo fortalecimento da identidade brasileira, principalmente nas receitas das cervejas artesanais que levam ingredientes selecionados como frutas nacionais.
Japas Cervejaria
Um trio de mulheres nipônicas, Maíra Kimura, Yumi Shimada e Fernanda Ueno, são responsáveis pela Japas Cervejaria – uma cervejaria que resgata as origens japonesas e busca representar a união entre o Brasil e o Japão através de cervejas com sabores e aromas diferentes. E não é só o sabor das cervejas que representa a cultura nipo-brasileira, a identidade visual da marca também resgata e valoriza essa ancestralidade. De acordo com as cervejeiras, o Japas tem como objetivo mostrar que cerveja não tem gênero.
Cervejaria Teresense
Inaugurada em 2019, a Cervejaria Teresense foi criada pela engenheira e mestre-cervejeira Luana Hoffmann, que divide a sociedade da empresa. No entanto, é Luana que está à frente de toda a cadeia de produção da Cervejaria Teresense, que nasceu a partir do seu sonho de produzir cervejas artesanais. Hoje, a Teresense é uma das maiores cervejarias do estado do Espírito Santo.
Femme Cerveja Artesanal
Diretamente da Paraíba, a Femme Cerveja Artesanal é uma cervejaria criada em 2017 por Ranny de Sousa. Que também é quem elabora todas as receitas das cervejas. A missão da cervejaria é ressaltar o protagonismo feminino na produção e no consumo de cerveja, daí o nome Femme, que em francês significa mulher.
Cerveja Benedita
Criada por três mulheres periféricas de São Paulo, Melissa Miranda, Eneide e Márcia Martins, a Cerveja Benedita tem como slogan “Feita por elas para Todos”. A cervejaria conta com Lager, Witbier, APA e IPA no catálogo de cervejas artesanais.
E aí, se animou para comemorar o Dia Internacional da Cerveja com a sua breja favorita? Poste nas redes sociais e marque o Guia da Cozinha!