Como você, leitor ou leitora, já deve ter percebido que o Guia da Cozinha já está em clima de festas de fim de ano. Apesar de ser um momento de descontração, os cuidados em relação a alguns detalhes da ceia devem ser sempre lembrados, a fim de garantir que a qualidade das refeições de fim de ano seja mantida. 

Um dos pontos polêmicos é a procedência das carnes que, geralmente, são o destaque das refeições de fim de ano. “Comprar carnes, de qualquer tipo, por exemplo, exige que o consumidor esteja atento, em primeiro lugar, para a origem do produto. Se a carne não tiver inspeção, poderá causar problemas sérios de saúde a quem consumir”, adverte o presidente da Comissão Técnica de Alimentos do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Ricardo Moreira Calil, doutor em Saúde Pública.

Segundo dados do Ministério da Saúde (SINAN/SVS), em 2017, mais de 500 surtos de Doenças Transmitidas por Alimento (DTA) foram registrados, sendo que 9.320 pessoas adoeceram e 12 faleceram de um grupo, sujeito à exposição, que somava 47.218 indivíduos. Dentre os agentes etiológicos mais comuns, Sallmonella, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Coliformes, Bacillus Cereus, Shigella, Rotavírus, Clostridium perfringens, Norovírus e o vírus da Hepatite A foram elencados como os de maior relevância na análise. O levantamento também revela que 10% dos casos têm origem nas residências.

A preocupação, apesar de vir à mesa, deve ser iniciada na escolha do comércio no qual o produto será comprado. Mercados e açougues, por exemplo, merecem a atenção do consumidor em relação às condições higiênicas do ambiente.

Para fugir deste problema, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP)  apresentou algumas dicas que garantem que as ceias de fim de ano estejam livre de riscos apresentados por alimentos inadequados para consumo. Veja!

Cuidados com as refeições de fim de ano

1. Embalagens  

Nesse caso, o selo de inspeção é essencial para a compra. Esse é determinado por instituições federais –  SIF (Serviço de Inspeção Federal) – , estaduais – em São Paulo, o SISP (Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo)– , e municipais – SIM (Serviço de Inspeção  Municipal). A carne sem esse selo indica que o produto não foi fiscalizado, fato que pode arriscar até mesmo a saúde da família.

Mesa de ceia de ano com diversos alimentos.
FOTO: iStock/Getty Images

2. Armazenamento e exposição dos alimentos

A temperatura ideal para o armazenamento da carne deve estar entre -15 a 7 ºC. Para identificar a qualidade desse tipo de alimento é necessário se atentar ao odor e à cor apresentados. Em comércios, é necessário que esse produtos estejam  em câmaras frias, balcão refrigerado ou conservadas em geladeiras.

3. Higiene e certificação

O prazo máximo para a segurança da carne fora de um local destinado à refrigeração é de 2 horas. Outro detalhe que deve ser notado pelo consumidor é a higiene do local em que serão comprados os ingredientes para a ceia. Além disso,  “é importante que ao término das refeições, os alimentos que necessitem de refrigeração sejam guardados na geladeira ou congelados em pequenas porções”, orienta o médico-veterinário membro da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV-SP, Daniel Bertuzzi.

CONSULTORIA: Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP)

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